Dreamcast a última da SEGA – Parte II

Após a elaboração do artigo da Dreamcast fiquei com a estranha vontade de adquirir uma, a SEGA conseguiu-me convencer a comprar a sua consola, 16 anos após o seu lançamento.

A demandada para conseguir uma Dreamcast começou no OLX (a feira da ladra digital de Portugal), encontrei várias à venda mas sempre por valores entre os 30€ e os 40€, quase todas acompanhadas com jogos. Vi um estranho anúncio com o título “PS1 Bem estimada para venda” com uma Dreamcast com dois comandos a 20€, negociei e consegui traze-la por 17.5€. 

A Dreamcast notava-se que já tinham passados alguns anos desde que tinha sido utilizada, estava bastante suja assim como um dos comandos e para meu desgosto aparentava não ler CD’s (comecei logo a ver maneiras de arranjar e existe uma que consiste em dar mais potencia ao laser, acrescenta mais 6 a 12 meses de vida mas no fim temos um laser frito, mas já que não funcionava ao menos aproveitava algum tempo antes de comprar outro).

Decidi então fazer uma limpeza para despistar ser alguma sujidade no laser, segui estes vídeos (Limpar a consola, Limpar os comandos) após tudo limpo inseri um CD e voilá! Já lê CD’s!

Foi então que comecei em busca de títulos famosos da consola para testar, pesquisei pelo Shenmue um jogo icônico da consola e rapidamente me arrependi, os preços deste menino andam à volta dos 50€ na mais feliz das hipóteses, os mais baratos que encontrei ou foram jogos de desporto ou Sonic’s sendo este último não menos que 10€.

No meio da pesquisa descobri uma faceta da Dreamcast que desconhecia, a facilidade descomunal em correr jogos pirateados. Lembram-se de ter de instalar chips e afins nas vossas PSX e PS2? Pois na Dreamcast não é necessário nada disso! Apenas gravar o jogo em CD e colocar na consola. Sim, é mais fácil do que piratear uma Wii. No entanto existe uma polêmica quanto ao desgaste que isso coloca no laser, sendo uma opinião mista, alguns defendem que danifica o laser mais rapidamente , outros que depende de como foi o jogo gravada e em que CD’s, enfim não existe uma conclusão definitiva.

Parece que a pirataria foi mais um fator para a queda da SEGA no mundo das consolas, assim como descobri que o custo de fazer os Shenmue’s tenha sido cerca de 70M$ e que estima-se que para dar lucro teria de ser vendido 2 vezes a cada possuidor de uma Dreamcast nos USA, ou seja um gasto desmedido comparadamente com a base de utilizadores da consola.

Quanto mais pesquiso sobre a Dreamcast, mais compreendo a decisão da SEGA em se afastar do mundo das consolas, várias sucessões de erros conjugadas com marketing pobre quando comparado com os seus rivais.

Agora só falta arranjar um VMU que tenho visto a não menos que 10€ e na III parte vamos falar sobre alguns dos jogos da Dreamcast na perspectiva de quem nunca experimentou nenhum deles até aos dias de hoje.